Descubra a origem do azulejo português

O azulejo português é um dos símbolos culturais mais reconhecidos de Portugal, não é verdade? Muito além da função decorativa, os azulejos carregam história, arte e tradição, sendo parte fundamental da identidade portuguesa. Neste texto, vamos explorar a origem do azulejo português, os principais tipos existentes, suas aplicações e curiosidades fascinantes sobre essa arte secular. 
 

Contexto histórico do azulejo português 

A história do azulejo em Portugal começa no século XV, quando os mouros introduziram a técnica da cerâmica vidrada e decorada. A palavra “azulejo” deriva do árabe “al-zulayj”, que significa “pequena pedra polida”. Essa técnica permitia criar peças de cerâmica com superfícies brilhantes e resistentes, ideais para revestir paredes e pisos. 

No início, os azulejos portugueses eram importados da Espanha e do Norte da África, mas logo Portugal começou a produzir suas próprias peças. Durante o reinado de Dom Manuel I (1495-1521), o azulejo ganhou grande popularidade, especialmente após o retorno das navegações que trouxeram influências orientais, como os azulejos chineses azuis e brancos, que influenciaram o estilo português. 

No século XVII, o azulejo português alcançou seu auge artístico, combinando motivos geométricos, florais e figurativos. Na época barroca, surgiram os famosos painéis narrativos, que retratam cenas históricas, religiosas e do cotidiano, transformando paredes em verdadeiras obras de arte. 
 

Principais tipos de azulejos portugueses 

Os azulejos portugueses são diversificados e podem ser classificados em alguns tipos principais, que refletem diferentes épocas e estilos artísticos. 

Azulejo português de padrões geométricos 

Esses azulejos são caracterizados por desenhos repetitivos e simétricos, normalmente com cores azul e branco. Inspirados nas porcelanas chinesas, eram usados para revestir fachadas, interiores de igrejas e palácios. São muito comuns em construções dos séculos XVII e XVIII. 

Azulejos figurativos ou painéis 

Os painéis de azulejo retratam cenas religiosas, históricas, mitológicas e até cenas do cotidiano. Essas obras contam histórias pelas imagens, funcionando como uma forma de comunicação visual em uma época em que a maioria da população era analfabeta. Exemplos famosos podem ser vistos no Mosteiro dos Jerónimos e no Palácio Nacional da Pena. 

Azulejos modernos e contemporâneos 

A partir do século XX, artistas começaram a experimentar novas técnicas e estilos, incorporando cores variadas, formas abstratas e temas atuais. O azulejo deixou de ser apenas um revestimento para se tornar uma forma de expressão artística em murais urbanos, estações de metrô, museus e edifícios públicos. 

Onde usar o azulejo português 

O azulejo português é altamente versátil e pode ser usado em diversas superfícies e ambientes, combinando beleza e funcionalidade. Há anos ele deixou de ser utilizado apenas em Portugal e hoje faz parte das casas e espaços ao redor do globo. 

Fachadas e exteriores 

Um dos usos mais tradicionais do azulejo em Portugal é o revestimento de fachadas. Além de protegerem as paredes contra as intempéries, os azulejos conferem um charme único às construções. Muitas cidades portuguesas são conhecidas por seus prédios revestidos com azulejos coloridos, que transformam as ruas em verdadeiros museus a céu aberto. 

Interiores e ambientes domésticos 

No interior das casas, os azulejos são usados em cozinhas, banheiros, halls e escadarias. Eles ajudam a conservar as paredes, facilitam a limpeza e ainda decoram os ambientes com estilo clássico ou moderno. Azulejos com padrões geométricos são comuns em pisos e paredes, enquanto os painéis figurativos dão um toque artístico especial. 

Espaços públicos e comerciais 

O uso do azulejo português também se estende a espaços públicos, como estações de metrô, praças e museus, além de restaurantes e hotéis que buscam resgatar a tradição portuguesa. Os murais em azulejos são uma atração turística e cultural, contando histórias e valorizando o patrimônio local. 

Curiosidades sobre o azulejo português 

1. O azulejo mais antigo de Portugal está no Mosteiro da Batalha e data do século XV. 

2. O azul dos azulejos era feito com um pigmento chamado “óxido de cobalto”, importado originalmente da Ásia. 
Instalado em um mosteiro fundado em 1509, o Museu do Azulejo se localiza em Lisboa. 

3. Sant’Anna é a fábrica de azulejos mais antiga de Portugal e ainda está em funcionamento! Conseguindo resistir ao terramoto de Lisboa, existe na cidade desde 1741 e ainda utiliza técnicas artesanais. 

4. O artista Jorge Colaço é um dos mais renomados pintores de painéis de azulejo, com obras em Portugal e no Brasil. 

5. O azulejo foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial de Portugal pela UNESCO em 2019, reconhecendo sua importância histórica e artística. 

O azulejo português é uma expressão cultural rica, que une história, arte e função. Seja na fachada colorida de um prédio, nos detalhes de uma cozinha ou nas narrativas visuais dos painéis, essa tradição continua a encantar gerações e a contar a história de Portugal e sua influência pelo mundo.