Enoturismo: entenda os motivos para Portugal ser o melhor destino do mundo para apreciadores de vinho
Portugal foi recentemente eleito o "Melhor Destino de Enoturismo" do mundo pela Feira Internacional de Turismo Gastronômico (FIBEGA), realizada em Madri. Este reconhecimento destaca a rica tradição vitivinícola do país, que possui 14 regiões vinícolas e é reconhecido como o nono país com maior área de vinha do mundo, abrangendo 190 mil hectares. Além disso, Portugal detém a terceira maior diversidade de castas autóctones, com mais de 250 variedades.
O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, em nota oficial, enfatizou que "este reconhecimento internacional é um testemunho do trabalho conjunto entre produtores, empresários, entidades públicas e privadas”.
Abade reforçou o compromisso do país com a excelência no enoturismo, que serve para consolidar ainda mais a posição de liderança global de Portugal e demonstra a importância de continuar a inovar, desenvolver parcerias e qualificar a oferta com experiências autênticas e sofisticadas que conectam os visitantes com o território e a comunidade.
Liderança que não vem de hoje
Nos últimos anos, Portugal tem liderado rankings globais no enoturismo, como o The Wine Lover’s Index, superando destinos de renome como Itália, Espanha e França. Em 2024, o país teve 11 propriedades reconhecidas no World’s Best Vineyards, três das quais figuram entre as 50 melhores.
O enoturismo tem desempenhado um papel crucial na qualificação e diversificação da oferta turística portuguesa. Em 2022, o setor representou 20,6% do faturamento global da indústria vitivinícola, evidenciando a sua relevância econômica.
Portugal é o segundo maior destino mundial de enoturismo, superado apenas pela Itália, e à frente de países como Espanha, França, Nova Zelândia, Argentina e Austrália - é importante destacar, com isso, que ser o melhor destino não significa necessariamente ser o maior em termos de números.
O setor enoturístico, que gerou cerca de 9 bilhões de dólares em 2020 globalmente, tem a previsão de atingir 30 bilhões de dólares até 2030. Se a atual trajetória continuar, Portugal poderá arrecadar cerca de 2,1 bilhões de euros desse montante.
Diversidade tem agradado aos turistas
A diversidade das regiões vinícolas portuguesas oferece experiências únicas aos visitantes. O Douro, por exemplo, é a mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 2001. A região é famosa por seus vinhos do Porto e paisagens deslumbrantes, com vinhedos em socalcos ao longo do rio Douro.
Outras regiões, como o Alentejo, destacam-se pela produção de vinhos tintos encorpados e pela paisagem marcada por planícies e sobreiros. O Dão, no centro-norte do país, é conhecido por seus vinhos elegantes e complexos, produzidos a partir de castas autóctones.
A crescente popularidade do enoturismo em Portugal também se reflete no aumento do número de visitantes internacionais. Os Estados Unidos e o Brasil têm se destacado como mercados emissores, superando inclusive vários países europeus.
Os turistas são atraídos não apenas pela qualidade dos vinhos, mas também pela autenticidade das experiências oferecidas, que incluem visitas a vinícolas, participação em colheitas e degustações harmonizadas com a gastronomia local.
Além disso, o enoturismo tem impulsionado o desenvolvimento econômico local, promovendo a criação de empregos e incentivando a preservação de tradições culturais e práticas agrícolas sustentáveis. A integração de atividades enoturísticas com outras formas de turismo, como o cultural e o de natureza, tem contribuído para a diversificação da oferta turística e para a atração de um público mais amplo.
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